segunda-feira, 19 de março de 2012

Dulcineia...

E voltei uma vez mais, era manhã e agora,
cheguei a ti sem saber adormecido,
e acordei os violinos convincentes
que as lágrimas das outras manhãs nunca tocaram.
Eis-me agora perante ti,
que antes ausencia abracei... e morri.
Eis-me agora pelos sorrisos melódicos do teu corpo,
que as suavidades todas tidas, nunca antes me cantaram.
Açucena, esplendor amante,
cheiro, corpo, hino à vida,
suspiros de anjo sobre o meu lençol de chuva.
Sei que sonho uma vez mais,
como um Quixote louco te retenho,
minha Dulcineia de oiro toda amada,
meu signo, horizonte, meu desenho.
Minha viola em moínhos encantada, ( a mim tão destinada...)
para sempre amor de um agora falso infante,
minha fuga sem sol, voz abafada,
minha eterna mágoa, incessante!

Óscar Dinis

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