sexta-feira, 9 de março de 2012

A terra dos lobos

Secou-me da alma as veias, venceu-me, vociferou…
Tingiu terra com o meu sangue, A própria morte ali matou.
Mas no seu salto final para me rasgar sem remissa…
Meu sangue regressou a casa E o meu pêlo á premissa
Não foi força nem cudícia, alva minha ou heroísmo
O imortal escorregou e morreu pelo abismo…
Sarei as feridas no flúmen, os meus riachos avós
Passeei pela planície, eu e ela, ambos sós.
Senti vida numa gruta, um calor fêmea…poderia tal?
Como vieste até aqui? A Besta não te atacou?
Não fui capaz de enfrentar tal horrendo
O massacre foi terrível, fugi…e aqui não me encontrou!
E os nossos filhos? Trouxeste?...perguntei eu sabedor.
Levo-te á colina dos “nossos” e por ti não voltarei,
Não defendeste o teu sangue, da Besta ao pescoço o tirei…
Subi á terra dos lobos orgulhoso do meu pêlo…
 E dos que sepultarei.

Óscar Dinis

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