Eu não sou um homem só
Sou um Homem solitário
Não tomo o caminho dos que são
E por lá vão, e lá são vários.
E subo agora mais calmo
A calçada do outono
Solitário por opção
Homem não só, Homem sem dono.
Sem o exaspero das lágrimas
Sei em mim quantas bebi
Sei todas as vagas do mar
Só não digo o que lá vi.
Mas no teu olhar profundo
Terno e castanho, não!
Naquele que alimenta
A voz que arde cá dentro
Aí só desembarco
E me transbordo no leito do teu coração.
E tento não me trair
E tudo o que é doce apanho
Por não saber todas as palavras
Que beijo na tua boca
Porque talvez sejam indizíveis,
E talvez as vagas de onde eu venho.
Eu não sou um homem só
Sou um Homem solitário.
Óscar Dinis
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