Não venham agora,
Orgulha-te tu, mãe de terra,
Pela raiz que geraste,
Só tu, onde toda a dor se encerra,
Se os futuros e netos se esqueceram,
Foi tudo em vão?
Não venham agora,
Por um buraco no chão.
Nem pétalas, e por favor,
Nem lágrimas de ocasião,
O que me dais? Santificação?
Vedes algo além de um corpo? Já não!
Não venham agora,
Já cá nada encontrarão,
E porque enoja a ideia,
De "certa" peregrinação,
Não venham agora,
Sentinelas dispensadas,
(Vossa falsa devoção)
Aqui não sereis curadas,
Mas venham hoje os amigos,
Logo após a campa rasa.
Façam vinho e teares novos,
Porque o tempo não se atrasa,
- Mas não confortem a Mãe -
À margem de que um leito vive,
Cantem, gritem novas asas,
Hoje, um de vós, já é livre.
Óscar Dinis
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