Povo que lavas no rio.

Povo que lavas no rio, não laves mais no rio.
Povo que lavas no rio  a porcaria com mais de 100 anos,
finca-te, não deixes que te sujem mais e não laves mais no rio.
Povo que lavas no rio, escravizado por quem não teu educaste,
não te deixes mais escravizar e torna o teu educado.
Não laves mais no rio.
Povo que lavas num rio de silencio estupidificado,
finca-te para que não te empurrem, libertado pelos que ensinaste,
faz ouvir a tua voz e não laves mais no rio,
a remoer silenciado.
Só deverás lavar no rio quando te sentires lavado.

Óscar Dinis