Venho a remar o meu junco,
O que me trouxe á cidade,
Que nasceu quando eu nasci
Gémeo de mim, sem liberdade.
Navegou as minhas águas
Tingindo-as todas de estradas
Que daí eu vi el rei
E ainda lhe fui as espadas.
Que medo existe num homem
Que de outro homem tem medo,
Se não o de não saber,
Se o que ele lhe sabe lhe é segredo?
Ontem decidi, e não quis ser,
Hoje vou ser, por interesseiro,
Sou o que quiser amanhã,
Nunca a vida me terá inteiro.
Óscar Dinis
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