domingo, 11 de março de 2012

Fome

Vê-la pura de pobreza
Dá uma angústia alucinante
Enviada de um Pai fraco
De asas tristes...calcinante

Onde vão sem se importar
Esses pés tão pequeninos
A os meus olhos, vis janelas
De pura pena estarrecidos

Queria tanto ensolarar
esse choro dos teus sonhos
que ainda por nascer
guilhotinam, gemem, matam

Mãos pequenas já marcadas
Já sem sorte...já sem nada
Fome é berço imerecido
Brisas de Deus maltratadas

Peço a ti perdão por mim
Desta enoja humanidade
Não merecemos os anjos
Na sua plena eternidade

Óscar Dinis

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