sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Talvez um dia.


Talvez um dia.

E a minha alegria vinha toda das aldeias,
das árvores cultas, dos cabelos rebeldes do vento,
dos recôndidos regatos ao fresco da meninice,
das paredes caiadas de sombra e da minha mãe estendendo
as flores para onde corriam as tardes após os lirios dos dias.
O céu imenso mostrava todas as pérolas da noite
e delas fazia colares e anéis, e á janela, dava-os á minha mãe.
"Talvez um dia menino, talvez um dia!", Sorria.
- Um dia hei-de ser rico mãe e vou comprar-te o céu! Mas o céu da noite, que o do dia é de outros todos. Vou comprar-te o da noite mãe, onde só moram capelas de açúcar e brisas, que ao adormecer em estrelas se entrelaça em ti  todo em anjos.
"Talvez um dia menino, talvez um dia!"

Óscar Dinis

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