domingo, 11 de março de 2012

Maior do que a vida.



Que pena que tenho que não puderas cá estar...
Mas existes aqui! No vale onde os olhos que nunca esquecem são capazes de cavalgar nas nuvens dos ventos sem sorte e sem calor. Dos ventos que brisam os petizes campos da verde canção, e que não entendem no mais intimo odor de um beijo relembrado, a imoralidade da alma sentir a eterna sensação dos mares em corsário de peito aberto ás vagas numa caravela fantasma que és sempre tu e o mar que existe.

Que pena que tenho que não puderas cá estar...
Subúrbio de chuva, tristeza disfarçada, janela entreaberta para sempre fechada.  Cheiro de rosa, sem cheiro dolorosa, perfume de espinhos...de tão saudosa.
Existes aqui!... onde sangra nas pétalas da recordação a folhagem primaveril de um vale que é só o meu coração.
Existes! E eu que por aqui vou indo, por aqui te vou contando... Estás dentro da minha vontade e és irreversível. Por quanto amor? Por tudo o que quase não passou de uma paisagem, mas que em curto tempo e toda a viagem foi tocada pelos dedos dos anjos em cada madrugada sem água...sem mágoa!  E tu existes!... e calco todos os dias o pó e o teu caminho.
Porque me impediram a mim a vida amor? Que não bebesse mais dos rios onde nos banhámos e suámos e fomos sombra um do outro por entre árvore e areia? 

Casarão amaldiçoado pela clausura de um grito que se renova e renova...que é só entranhas. Porteiro de uma abadia malograda, recluso e algoz de vontades que só o meu peito reclama e mais ninguém  compreende...
Galopei para além de ti, triste de mim, que sem ti fiquei, mas eu nasci sozinho e sozinho morrerei amor, contigo! Até que um dia sejamos finalmente livres !


O meu peito quer ser dilacerado, entranhado por milhões de unhas esfomeadas de sangue, quer gritar que a cruzada seja breve... Quer ser feliz o meu peito a morrer na luta! Para que no fim possa por fim descansar e regressarmos para casa!
Lá moraremos para sempre nós...os que por "seu" desejo deram tudo, e a sua própria vida.


Amo-te!
Óscar Dinis


2 comentários:

  1. Que se lixem os limbos amigo Óscar, não precisas de limbos para nada enquanto a honestidade te percorrer as veias, lá no meio de um glóbulo vermelho ou entre dois glóbulos brancos lá estão a verdade e a liberdade, prontas para se transmudarem em endorfinas e te tornarem poeta e repórter de tudo o que os outros não ousam reportar ou simplesmente não têm coragem de sentir. "Tás"-me a motivar pá! Abr Che!

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