Lendas do velho Este...parte VIII
Após festejar com o povo na rua, Aminócrácio ouviu
o que Armindo tinha para lhe contar e entrou no quarto do padre Gervúlio com um
ar carregado e disposto a revanche. Foi quando viu Azuneide que mudou de
ideias- Não sentia ao ver Azuneide rigorosamente nada!- Perdera-se o fascínio
que Aminócrácio lembrara sempre em seu coração quando partira de Marioscas há
mais de 60 anos!
Azuneide ficou pasmada ao vê-lo:
-Aminócrácio? O tempo não passou por ti homem!
Estás ainda mais belo e jovem que quando te conheci. Como é isso possível ?-
Disse Azuneide.
- Olha meu rapaz, se tivesses chegado umas horas
antes ter-me-ias nos teus braços para sempre, mas agora que conheci Gervúlio,
tu desculpa, mas não há dúvidas que tem o badalo santificado. Que homem!!! Quem
diria que por debaixo desta sotaina estaria tal paraíso!!!- Disse Azuneide brincando
com o “mestre” por dentro do “hábito” do padre.
Gervúlio, sorria todo atrapalhado. Por um lado
ficara apaixonadíssimo por Azuneide mas por outro estava á rasca pelo que o
“velho Este” lhe poderia querer fazer.
- Penso que estais bem juntos!- disse Aminócrácio-
A verdade é que muito tempo passou e eu se calhar não gostava tanto assim de ti
Azuneide. Se calhar gostava era da recordação que tinha de ti...mas a verdade é
que quando te vi, não senti nada .-Disse ele , não escondendo um ar de alivio-
De qualquer modo não podem ficar nesta cidade! As pessoas iriam sempre
estranhar o padre envolvido com Azuneide e isso não seria bom. Partirão ainda
esta noite. Ireis viver para Piaçabas, cidade a norte de Marioscas. Chegareis
lá pela manhã. Dar-vos-ei uma carta de recomendação enviada a Enélio Pinho,
chefe da administração pública local e tereis o vosso futuro assegurado. Tu ,
Gervúlio, serás metalomecânico! E tu Azuneide depois de te dar e tomares uns
comprimidozitos que aqui tenho, serás operadora de caixas no hipermercado
“CONSISTENTE” que abriu aqui há dias por aqueles lados.
To be continued...
Óscar Dinis
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